Um estudo recente encontrou indícios que suportam a hipótese de que uma maior complexidade do trabalho está associada ao desempenho cognitivo em fases tardias da vida.
Um estudo recente encontrou indícios que suportam a hipótese de que uma maior complexidade do trabalho está associada ao desempenho cognitivo em fases tardias da vida. Profissões que estimulam o cérebro poderiam nos deixar, dessa maneira, “mais inteligentes”. No acompanhamento realizado, os indivíduos cujas ocupações apresentavam maiores níveis de complexidade tiveram melhor desempenho cognitivo aos 70 anos. Alguns fatores foram controlados pelo estudo, como a capacidade cognitiva precoce, anos de escolaridade e de privação.
Tem sido sugerido que os fatores ambientais, tais como a complexidade do trabalho, podem afetar as capacidades cognitivas de uma pessoa através do aumento da reserva estrutural do cérebro, aumentando a eficácia neural, ou, alternativamente, pode ajudar a utilizar vias compensatórias. Descobertas recentes sugerem que existem várias vias biológicas que medeiam a relação entre os estilos de vida estimulantes e habilidades cognitivas, promovendo os mesmos efeitos protetores contra patologias ou contra o próprio envelhecimento normal.
Outro dado interessante: postulou-se que maiores níveis de engajamento social e apoio social estão associados a um menor risco de comprometimento cognitivo mais tarde na vida. Já as diferenças sexuais, não exploradas antes na literatura, também se revelaram um bom tópico para novos estudos. Os homens, pela tendência às ocupações mais exigentes, podem apresentar uma ligeira vantagem cognitiva na velhice. No entanto, o estudo atual não encontrou efeitos significativos de sexo para qualquer um dos fatores de complexidade do trabalho.
Em resumo, o estudo atual suporta uma associação entre as ocupações complexas desempenhadas mais tempo na vida e melhores habilidades cognitivas preservadas em idades mais avançadas. Apesar de algumas limitações da pesquisa, a mesma é importante à medida em que reafirma a importância do “treinamento” cognitivo para manter e proteger as funções cerebrais. Novos estudos em andamento devem esclarecer ainda mais a questão.
Tradução e adaptação: Leonardo Faria
Fonte: www.neurology.org/content/83/24/2285.full
Imagem: tribunadoceara.uol.com.br
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