Você é capaz de identificar as emoções através da expressão no rosto das pessoas? Apesar do teste ser uma tentativa de racionalizar essa prática, saiba que o cérebro faz isso inconscientemente, muitas vezes durante o dia. Importante: isso acaba definindo nossas relações sociais.
Então vamos lá…
Qual rosto parece mais preocupado?
A imagem é uma brincadeira, com algum “fundo de verdade”. Ela ilustra um dos tópicos a serem avaliados quando se pretende descobrir o nível de inteligência emocional de alguém. Tudo começou quando, interessados em desenvolver uma teoria que organizasse as inúmeras tentativas de descobrir diferenças individuais nos processos relacionados à emoção, alguns estudiosos da mente propuseram um modelo de quatro capacidades para se analisar e definir quão emocionalmente inteligente é determinada pessoa.
Esse modelo admite que os indivíduos diferem na maneira de utilizar cada uma dessas aptidões. As capacidades são descritas a seguir, conforme artigo publicado em 2007:
- A primeira capacidade refere-se à percepção, avaliação e expressão da emoção, ou seja, a identificação das emoções e do conteúdo emocional, nas expressões faciais, no tom de voz, nas expressões artísticas, nos relatos das pessoas e nos comportamentos, tanto em si mesmo, como nos outros. Nos testes propostos para avaliar esta capacidade, a pessoa vê uma imagem e deve relatar a quantidade de conteúdo emocional, estimando a intensidade de sentimentos como tristeza, medo, dentre outros (Mayer, Caruso & Salovey, 2002);
- A segunda capacidade refere-se ao uso da emoção para facilitação do pensamento, isto é, à capacidade de acessar e gerar emoções de tal forma a ajudar os processos do pensamento. Essa capacidade diz respeito ao emprego de emoções que potencialmente auxiliam o processo intelectual, seja para sinalizar eventos significativos ou para dirigir a atenção para mudanças importantes. Ainda nesse sentido, essa faceta pode ser compreendida como a capacidade das pessoas originarem sentimentos nelas mesmas permitindo assim, uma inspeção imediata, em tempo real, do sentimento e de suas características em uma determinada situação vivenciada;
- A compreensão e a análise das emoções, a terceira capacidade, diz respeito ao conhecimento sobre as emoções, desde seus aspectos básicos, tais como, discriminação e nomeação de emoções primárias, por exemplo, raiva, medo, alegria, aversão, antecipação até as nuances mais complexas tais como, combinações/misturas de emoções, transições/mudanças de emoções e associações delas com os eventos sociais-relacionais que as provocam. Sob esta perspectiva, a tristeza pode estar ligada a uma perda, assim como a raiva pode ser frequentemente vista como originária da injustiça. Em relação a essa capacidade, Mayer e Salovey (1999) afirmam que as emoções tendem a ocorrer em cadeias padronizadas, como, por exemplo, o caso da raiva que, se intensificada, pode chegar ao ódio, posteriormente ser extravasada, e depois se transformar em satisfação ou culpa, de acordo com a especificidade da situação;
- A quarta capacidade que compõe a inteligência emocional diz respeito ao controle reflexivo de emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. Ela está relacionada ao fato de uma pessoa estar receptiva aos sentimentos, uma vez que a preocupação com os sentimentos pode levar à aprendizagem sobre eles. Essa habilidade também apresenta relações com a capacidade do indivíduo envolver-se reflexivamente ou distanciar-se da emoção dependendo da sua informação e da sua utilidade. Para Mayer, Caruso e Salovey (2002), os testes de administração de emoções dizem respeito à melhor maneira de regular as emoções em si e nos outros. Nesse sentido, a administração de emoções envolve o entendimento das implicações de suas atitudes sobre as emoções, assim como a regulação destas em si e no outro.
Não sei para você, mas a presidenta Dilma Roussef aparenta uma preocupação um pouco mais explícita, segundo as imagens do artigo. Às vezes é difícil não? Definir o que uma pessoa está sentindo sem perguntar? Identificar emoções como alegria e tristeza é, até certo ponto, fácil. Entretanto, quando os sentimentos se misturam e sofrem interferência de filtros racionais, fica um pouco mais complicado. É o caso do sorriso dissimulado, da inveja, do desapontamento, do sarcasmo, da ironia e de tantos outros. Vale a pena treinar. Mas como? Talvez, convivendo mais com as pessoas, interagindo, comunicando-se.[/column]
Confira o artigo científico completo: Análise dos Itens do Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test: Escalas da Área Estratégica
Imagens: goo.gl/tp9aIn, goo.gl/2ipp1S, goo.gl/irurgo, goo.gl/Qg491b