Será possível usar 100% do nosso cérebro? Segundo o filme Lucy, estrelado por Scarlett Johansson, sim, às custas de uma droga sintética psico-estimulante. Quem assistiu o filme, sabe a história: a personagem vai expandindo gradativamente a utilização de seu cérebro, que passa a perceber e a aprender em uma escala “ultrassensorial”.
Nós acreditamos que o cérebro se desenvolveu natural e evolutivamente para proporcionar sobrevivência. Importante que nos atentemos ao termo sobreviver. O cérebro não é responsável pela vida, mas pela sobrevivência ou, talvez, pela vida de relação, comportamental, social. Acreditamos que, fisicamente, 100% da nossa massa encefálica já é utilizada nesse propósito. Talvez não toda ela ao mesmo tempo, nem com toda sua potência.
É bom que isso fique claro. Na nossa concepção, estimular o cérebro, treiná-lo, ensiná-lo não tem o propósito de fazer funcionar novas áreas cerebrais inativas. O intuito é melhorar a sua performance, criando novas conexões e possibilidades entre essas áreas já existentes e, de alguma forma, já em atividade. Os nossos canais sensitivos parecem ser incapazes, por si só, no atual patamar evolutivo, de captarem novas nuances do meio.
O segredo para um “upgrade” das habilidades mentais recairia portanto na capacidade perceptiva e, secundariamente, no desenvolvimento de ferramentas para otimizar esses canais sensitivos. Existe sim uma relação entre a utilização do cérebro e uma maior inteligência. Mas, sem memórias, sem o combustível da emoção, sem um bom mecanismo eferente de resposta, qualquer suposta atividade cerebral extra é inútil.
O desenvolvimento do cérebro começa com a curiosidade. Começa com a contemplação do desconhecido.
O ator Morgan Freeman também atua no filme.
Confira o trailler do filme.
Imagens: goo.gl/XZl89i