As meningites, principalmente as meningites agudas causadas por bactérias, pertencem a um grupo temido de doenças infecciosas, das mais graves que acometem o ser humano. Por tal motivo, à mínima suspeita clínica de meningite bacteriana, o médico já administra antibióticos no intuito de evitar o pior mesmo sem conhecer qual é o microrganismo causador. Quando há suspeita por parte da própria pessoa ou de outras próximas, ao perceberem sintomas como os do quadro acima, é fundamental procurar rapidamente o pronto-atendimento para uma consulta.
O sistema nervoso apresenta uma barreira que o separa do restante do organismo – conhecida como barreira hemato-encefálica –, controlando de forma seletiva as substâncias que o atingem; porém, tanto danos mecânicos e químicos quanto o tropismo de alguns microrganismos pelo sistema nervoso central fazem deste um importante sítio de infecções.
De maneira geral, meningite é o termo dado ao processo inflamatório que acomete as meninges (envoltórios do sistema nervoso central). Podem ser classificadas como infecciosas e não infecciosas. Infecciosas quando causadas por bactérias e vírus, dentre outros microrganismos. Entre as não infecciosas, temos aquelas provocadas por reações imunológicas do organismo contra ele próprio (autoimunes), as medicamentosas e também aquelas associadas aos cânceres.
As meningites podem ter uma evolução aguda, quando a progressão dos sintomas é de horas a dias, subaguda a crônica, quando a progressão dos sintomas é de dias a semanas, e recorrente, quando os sintomas retornam periodicamente. Os agentes infecciosos podem chegar até as meninges através da corrente sanguínea, ou por colonização dos seios da face e orofaringe, nestes casos após um quadro de sinusite ou faringite.
A presença de alguns sinais clínicos durante o curso de uma meningite bacteriana pode sugerir uma evolução desfavorável. Dos pacientes que estão com os valores da pressão arterial baixos, confusos ou sonolentos, e apresentaram alguma crise convulsiva, mais da metade (57%) evoluirá para o óbito ou terá alguma sequela neurológica. Se apenas dois dos sintomas estiverem presentes, o risco cai para 33%. Se apenas um sinal dentre os três citados ocorrer, 9% dos pacientes evoluem desfavoravelmente.
Quando complicadas, as meningites geralmente estão relacionadas com a disseminação da infecção para os ventrículos encefálicos (ventriculite), com o acúmulo de pus na região subdural (empiema), ou mais raramente e, quase que exclusivamente em crianças, com a disseminação da infecção para o parênquima cerebral (abscesso). Nesses casos, pode ser necessária a intervenção de um neurocirurgião.
A boa notícia é que grande parte das meningites pode ser prevenida e tratada. Procure sempre um profissional da saúde capacitado para que as dúvidas sejam sanadas e as orientações adequadas sejam feitas.
Fontes:
- Tratamento das doenças neurológicas, 2ª edição, Sebastião E. de Melo-Souza.
- Neurologia e Neurocirurgia, Série MedicinaNET, Tarso Adoni e Roger Schmidt Brock.