A demência frontotemporal é um tipo de demência que afeta predominantemente as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem, comportamento e emoção.
A demência frontotemporal é mais comum em pessoas com menos de 65 anos de idade e é geralmente causada pela degeneração de neurônios em áreas específicas do cérebro. Neste artigo, discutiremos as causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento da demência frontotemporal, com base em artigos científicos recentes.
Causas da demência frontotemporal
A causa exata desse tipo de demência ainda é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel importante no seu desenvolvimento. Algumas formas de demência frontotemporal são causadas por mutações genéticas hereditárias, enquanto outras formas podem ser causadas por lesões cerebrais ou infecções.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry, cerca de 40% dos casos têm uma base genética. O estudo também mostrou que a demência frontotemporal afeta homens e mulheres igualmente e que a idade média de início da doença é de 57 anos.
Principais sintomas da demência frontotemporal
Os sintomas da demência frontotemporal podem variar de pessoa para pessoa, dependendo da área do cérebro afetada. No entanto, os sintomas mais comuns incluem mudanças no comportamento, personalidade e habilidades sociais, dificuldade em encontrar as palavras certas ou compreender a linguagem, e perda de memória.
Um estudo publicado na revista Annals of Neurology descobriu que os sintomas da DFT podem ser divididos em dois grupos principais: comportamentais e de linguagem. Os sintomas comportamentais incluem apatia, perda de empatia, comportamento impulsivo e compulsivo, e mudanças na dieta ou na higiene pessoal. Os sintomas de linguagem incluem dificuldade em compreender a linguagem, problemas de fala e perda de vocabulário.
A demência frontotemporal é caracterizada por uma ampla gama de sintomas, que podem variar em termos de prevalência e incidência. Aqui estão os principais sintomas associados à demência frontotemporal, organizados por tópicos:
- Mudanças comportamentais e emocionais:
- Perda de empatia e compaixão
- Falta de autocontrole e impulsividade
- Comportamento inadequado ou socialmente inapropriado
- Apatia e desinteresse em atividades que antes eram prazerosas
- Comportamento obsessivo-compulsivo
- Problemas de linguagem e comunicação:
- Dificuldade em encontrar palavras e construir frases
- Fala arrastada ou lenta
- Problemas de compreensão e interpretação de linguagem
- Uso inadequado de palavras ou perda de capacidade de compreender a linguagem
- Problemas cognitivos:
- Dificuldade em planejar e organizar tarefas
- Perda de habilidades de pensamento abstrato e resolução de problemas
- Dificuldade em lembrar informações recentes
- Perda de habilidades espaciais e de orientação
- Problemas motores:
- Rigidez muscular e problemas de coordenação
- Dificuldade em realizar tarefas motoras finas, como amarrar sapatos ou escrever
- Inabilidade de controlar movimentos involuntários
É importante ressaltar que os sintomas podem variar de paciente para paciente e dependem do tipo específico de demência frontotemporal. Por exemplo, a variante comportamental da doença é caracterizada principalmente por mudanças comportamentais e emocionais, enquanto a variante da afasia progressiva não-fluente é caracterizada por problemas de linguagem e comunicação.
Diagnóstico da demência frontotemporal
O diagnóstico da DFT pode ser difícil, pois os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças, como Alzheimer. O diagnóstico geralmente envolve uma avaliação neuropsicológica, bem como exames de imagem do cérebro, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Um estudo publicado na revista Frontiers in Neurology descobriu que a combinação de exames de imagem do cérebro e análises genéticas pode ajudar a melhorar o diagnóstico da DFT. O estudo descobriu que a identificação de mutações genéticas específicas pode ajudar a diferenciar a DFT de outras formas de demência.
Opções de tratamento
Atualmente, não há cura para a DFT e o tratamento se concentra principalmente no controle dos sintomas. Medicamentos podem ser usados para tratar sintomas como depressão, ansiedade e comportamento impulsivo.
Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease descobriu que a terapia ocupacional pode ser eficaz no tratamento de pacientes com DFT. A terapia ocupacional envolve atividades diárias e tarefas específicas para ajudar os pacientes a manter suas habilidades e independência. Além disso, a terapia ocupacional pode ajudar a melhorar a comunicação, habilidades sociais e autoestima dos pacientes com DFT.
Outra opção de tratamento é a terapia comportamental, que visa ajudar os pacientes a lidar com os sintomas comportamentais da DFT. Um estudo publicado na revista Neuropsychology Review descobriu que a terapia comportamental pode ajudar a reduzir a agressividade, impulsividade e apatia em pacientes com DFT.
Além disso, o suporte da família e cuidadores é essencial no tratamento da DFT. A orientação e o aconselhamento podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o estresse e a sobrecarga dos cuidadores.
Conclusão
A demência frontotemporal é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem, comportamento e emoção. Embora a causa exata da DFT ainda seja desconhecida, sabe-se que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel importante em seu desenvolvimento.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem mudanças no comportamento, personalidade e habilidades sociais, bem como dificuldade em encontrar as palavras certas ou compreender a linguagem.
Atualmente, não há cura para a DFT, mas o tratamento se concentra no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A terapia ocupacional e comportamental, bem como o suporte da família e cuidadores, podem ser eficazes no tratamento da DFT.
Acesse AQUI as REFERÊNCIAS:
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