Pesquisadores da Johns Hopkins afirmam ter descoberto uma alteração química em um gene humano relacionado com reações de estresse. Caso seja confirmada em estudos maiores, um simples exame de sangue para prever com segurança o risco de uma pessoa cometer suicídio.
A descoberta, descrita online no The American Journal of Psychiatry, sugere que a alteração do gene envolvido na resposta do cérebro aos hormônios do estresse desempenharia um papel significativo em transformar o que poderia ser uma reação banal à tensão da vida cotidiana em pensamentos e comportamentos suicidas.
O estudo e a alteração genética
O gene SKA2 fica no córtex pré-frontal do cérebro, uma área envolvida na inibição de pensamentos negativos e no controle de comportamento impulsivo. No entanto, se não houver quantidade suficiente ou alterações no gene, o receptor do hormônio do estresse (cortisol) não pode suprimir a sua liberação no cérebro, o que levaria a pensamentos suicidas.
Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou o gene SKA2 em amostras cerebrais de pessoas mentalmente doentes que morreram por suicídio e, em seguida, as comparou com as de pessoas saudáveis. Assim, conseguiu desenvolver um modelo para prever qual dos participantes tinham pensamentos suicidas ou tentado se matar com 80% de precisão. Em pessoas mais jovens, esse número subiu para 96% e, em casos com risco mais grave, 90%.
“Precisamos estudar isso em uma amostra maior, mas acreditamos que podemos ser capazes de monitorar o sangue para identificar pessoas em risco de suicídio”, disse o pesquisador Zachary Kaminsky.
Fonte: http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/exame-de-sangue-ajuda-a-prever-risco-de-suicidio,cf52b0d9bac87410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html