A neuromodulação é um tratamento médico que se utiliza de tecnologia avançada. Consiste em aplicar um campo eletromagnético para modificar e modular o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula) e/ou o Sistema Nervoso Periférico (nervos periféricos).
A técnica pode ser adotada em patologias como doença de Parkinson, depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, Tinnitus (zumbido), distúrbio cognitivo, AVC, dor crônica, epilepsia, dependência química, ansiedade, distúrbios do movimento, tremor essencial, distonia e transtorno obsessivo compulsivo (TOC), entre outras. Atua na regulação da área neuronal afetada, inibindo ou estimulando os neurotransmissores locais responsáveis por determinada função ou comportamento.
Essa forma de tratamento inclui tanto tecnologia implantável, como também dispositivos não implantáveis que proporcionam estímulos elétricos, químicos ou de outra natureza. O foco, como vimos, é a modificação reversível das áreas-alvo do Sistema Nervoso.
Estigma e preconceito
O uso de correntes elétricas para fins terapêuticos, na medicina, começou no século XVIII, com o médico italiano Luigi Galvani. Somente em 1930, com o advento da Eletroconvulsoterapia, especialmente para casos de depressão grave e esquizofrenia, ficou comprovada a eficácia da neuromodulação.
A neuromodulação é associada a estigma e preconceito pela forma como foi usada, indiscriminadamente, para a prática de tortura durante a II Guerra Mundial, o que motivou o abandono do procedimento. Só na década de 1970 foi retomada a prática neuromodulatória, com o desenvolvimento da Estimulação Magnética Transcraniana (TMS) para o tratamento da dor crônica e depressão.
Neuromodulação ou tratamento farmacêutico?
A neuromodulação apresenta muitos benefícios em relação ao tratamento farmacêutico, pois a terapia neuromodulatória:
- Ao contrário dos tratamentos farmacêuticos, é altamente orientada para áreas específicas do cérebro ou da medula espinal (sendo, em alguns casos, mais específica);
- É mais reversível, permitindo que os médicos cessem imediatamente o tratamento com a remoção do dispositivo de estimulação;
- É contínua e melhora o resultado terapêutico, em comparação com as medicações que dependem de dosagem fixa intermitente.
Atividade neural
A atividade neural normal é caracterizada por um equilíbrio complexo de sinais elétricos e químicos, que podem ser interrompidos por uma variedade de insultos (genéticos, químicos ou físicos) no sistema nervoso, provocando distúrbios cognitivos, motores e sensoriais. Semelhante à maneira como um desfibrilador corrige anormalidades dos batimentos cardíacos, as terapias de neuromodulação ajudam a restabelecer o equilíbrio neural normal.
Dentre as técnicas não-invasivas, destacam-se a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva, a Estimulação Transcraniana de Corrente Contínua, a Eletroconvulsoterapia e a Terapia por Campo Eletromagnético Pulsado.
Já, dentre as técnicas invasivas, destaca-se a Estimulação Cerebral Profunda, a Cirurgia de Implante no Córtex Motor, a Estimulação dos Nervos Periféricos Invasiva e a Estimulação Medular Invasiva. A terapia de neuromodulação mais comum é a estimulação da medula espinhal para tratar a dor neuropática crônica.
Neuromodulação no futuro
Terapias de neuromodulação estão disponíveis desde a década de 1960. Tornaram-se uma ferramenta essencial para o profissional de saúde. Os dispositivos de neuromodulação evoluíram, tornando-se menores, de fácil implantação e remoção, passando a oferecer melhor relação custo-benefício. Os avanços da nossa compreensão e capacidade de decodificar a sinalização elétrica e química do cérebro, juntamente com os avanços da capacidade de projetar sondas e tecnologias para aumentar a sensibilidade e biocompatibilidade, levaram a novas indicações de tratamento, aumentando a utilidade clínica da neuromodulação.
Dispositivos de neuromodulação fazem parte do segmento de mais rápido crescimento da indústria global de dispositivos médicos. Esse avanço permitirá que as terapias de neuromodulação abordem de forma mais eficaz diversos distúrbios, como a enxaqueca, a obesidade, o transtorno obsessivo-compulsivo e a depressão. Avanços nas terapias neuromoduladoras são verdadeiramente multidisciplinares, exigindo a estreita colaboração de neurocientistas, engenheiros e médicos para se chegar a bons resultados.
Fontes: International Neuromodulation Society, North American Neuromodulation Society, Neuromodulation: Technology at the Neural Interface.
Bom dia,
Gostaria de saber se na UFU Uberlândia faz esse tratamento.
Olá! Gostaria de saber como fazer o tratamento eletromagnético em Belém do Pará. Faço uso de medicamentos para depressão e não aguento mais. Tive uma melhora considerável, porém, não tão significante.
ligue pra gente e marque uma consulta (91)99306-8266 whatsapp também
Olá. boa tarde.
Desejo saber quais profissionais podem se especializar nesta área – neuromodulação.
Grata