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5 coisas boas que você precisa saber sobre a atividade física e o cérebro

Confira neste artigo algumas informações importantes, levantadas a partir de estudos e fontes de pesquisa confiáveis, sobre os efeitos benéficos da atividade física no cérebro.

Leonardo Faria por Leonardo Faria
27/12/2023
em Saúde & Alta Performance Cerebral
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Confira aqui cinco informações importantes, levantadas a partir de estudos e fontes de pesquisa confiáveis, sobre os efeitos da atividade física no cérebro. Será que ela é sempre benéfica? Praticar exercícios físicos aumenta a inteligência?

Dizer que a atividade física faz bem para a saúde mental já é quase um clichê. Ela combate desde alguns tipos de dores de cabeça relacionadas à tensão muscular até sintomas da depressão. Inúmeras são as conclusões de estudos evidenciando conquistas positivas associadas à prática da atividade física regular. Isso sem contar os benefícios já consagrados, como o controle da hipertensão arterial, o combate ao sedentarismo, a redução das taxas de gorduras e açúcares no sangue, fatores que sabidamente podem levar a doenças vasculares com graves consequências cerebrais. Se não houver contra indicações, a atividade física é, sem sombra de dúvida, um hábito fundamental para o desenvolvimento do cérebro e sua proteção. Confira a seguir cinco informações importantes, levantadas a partir de estudos e fontes de pesquisa confiáveis, sobre os efeitos da atividade física no cérebro. Será que ela é sempre benéfica?

1. Praticar exercício físico aumenta a inteligência?

De maneira geral, sim. Em alguns estudos, descobriu-se que a prática de exercícios produz novos neurônios e aumenta a atividade cerebral. Portanto, sentar-se por horas e horas em uma cadeira, estudando, parece não ser a única receita para ficar “mais inteligente”: o exercício também pode ajudar. As atividades aeróbicas (correr, caminhar, andar de bicicleta, nadar) são eficientes no aumento do fluxo sanguíneo cerebral e na produção das substâncias químicas que regulam o sistema neurotransmissor. Os neurônios existentes se tornam capazes de fazer mais conexões e outros novos nascem (aquela história de que paramos de produzir células neurais na infância não é verdade).

Com a atividade física, novos neurônios surgem especialmente no hipocampo. Ao caminhar ou correr, não melhoramos apenas o funcionamento dos sistemas muscular, respiratório e cardíaco, mas também a cognição, especialmente a memória e a aprendizagem. Essa é a conclusão de pelo menos dois estudos, cujos títulos originais são Aerobic exercise improves hippocampal function and increases BDNF in the serum of young adult males e Exercise Induces Hippocampal BDNF through a PGC-1α/FNDC5 Pathway.

Os especialistas dizem ainda que aproximadamente trinta minutos de caminhada, três vezes por semana, já impacta positivamente na cognição logo no primeiro mês. O cérebro passa a funcionar melhor e fica mais preparado para armazenar informações. Estaria decretado assim o fim da hegemonia intelectual dos nerds, pelo menos aqueles que passam horas e horas sentados à mesa de estudos?

2. Apenas exercícios leves produzem benefícios para o cérebro?

Não. Qualquer tipo de exercício é potencialmente benéfico para o sistema nervoso. Sabe-se que sua prática faz você se sentir mentalmente mais alerta em qualquer idade, mas alguns estudos procuraram identificar se é necessário seguir algum programa de treinamento específico para melhorar a função cognitiva.

Nessa linha, uma pesquisa canadense realizada na Universidade de Geriatria de Montreal (UGM), instituição afiliada à Universidade de Montreal, comparou os efeitos de diferentes métodos de treinamento sobre as funções cognitivas de pessoas com idades entre 62-84 anos. Dois grupos receberam um programa de treinamento de força e aeróbico de alta intensidade, enquanto que o terceiro grupo realizou tarefas que visavam atividades motoras brutas (coordenação, equilíbrio, jogos de bola, tarefa locomotiva e flexibilidade).

Enquanto a aeróbica e a musculação foram os únicos exercícios que levaram a melhorias do condicionamento físico geral após 10 semanas, os três grupos apresentaram melhora equivalente do desempenho cognitivo. A notícia é excelente para pessoas sedentárias já que o terceiro grupo realizou atividades que podem ser facilmente conduzidas em casa, sem a necessidade de ter que se matricular em uma academia.

Segundo o autor principal do estudo, o Dr. Nicolas Berryman, por muito tempo acreditou-se que somente o exercício aeróbico poderia melhorar funções executivas. Mais recentemente, a ciência tem mostrado que o treinamento de força também leva a resultados positivos. Isso sugere que atividades estruturadas que visam melhorar as habilidades motoras brutas também podem melhorar as funções cerebrais que declinam à medida em que envelhecemos. Os idosos têm então a oportunidade de melhorar a sua saúde física e cognitiva e novas estratégias para atingir esse objetivo podem agora ser utilizadas.

3. Como o exercício físico previne e trata a depressão?

Durante a prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, o cérebro é estimulado a produzir diversos neurotransmissores que podem interferir positivamente nas funções límbicas, ou emocionais, através da atuação do sistema nervoso simpático. O aumento central da serotonina, por exemplo, pode inibir a formação de memórias relacionadas ao medo e atenuar respostas a eventos ameaçadores relacionados aos sintomas da depressão.

Alguns remédios antidepressivos, como aqueles que inibem a recaptação de serotonina nas sinapses, proporcionam justamente tal efeito ao aumentar as taxas desta substância no cérebro. Outro neurotransmissor também associado positivamente ao exercício físico é a dopamina, relacionada ao desempenho motor, à motivação locomotora e à modulação emocional.

4. A atividade física diminui a dor?

Em alguns casos, sim. Obviamente que problemas ósseos, articulares e/ou musculares específicos eventualmente requerem repouso e nos impedem de praticar atividades físicas regulares. Entretanto, alguns casos de dor crônica, de dores tensionais relacionadas ao estresse e de transtornos relacionados à percepção dolorosa podem sim ser beneficiados com tais práticas. Pode ser possível literalmente nesses casos exercitarmos a felicidade.

Um fator importante a ser considerado aqui é o estímulo à produção de endorfinas. Quando nos exercitamos, o nosso organismo libera essas substâncias, capazes de interagir com receptores cerebrais e reduzir a percepção dolorosa. De maneira geral, as endorfinas atuam como analgésicos endógenos e também têm propriedades sedativas, sendo produzidas no cérebro, medula e muitas outras partes do organismo. Outros benefícios proporcionados por essa elevação central de endorfinas são o alívio do estresse, o desenvolvimento da autoestima e melhorias na qualidade do sono.

O processo de liberação de endorfinas ocorre aproximadamente 30 minutos após o início da atividade física. De maneira similar à morfina, elas proporcionam uma sensação de bem-estar, por vezes referida como euforia. Pessoas que praticam atividade física com regularidade costumam apresentar, segundo diversas pesquisas, uma visão mais otimista em relação à vida.

5. Exercite-se com frequência para dormir melhor

O exercício pode aliviar o estresse, zerar o relógio circadiano, reduzir os sintomas dos distúrbios do sono e melhorar a qualidade do sono. Em linhas gerais, o exercício regular é uma excelente maneira de ajudar a melhorar a higiene do sono.

Há muitas evidências de que um sono de qualidade pode ajudar a melhorar o humor, reduzindo o estresse e diminuindo o risco de problemas de saúde graves, como diabetes e doenças cardíacas.

Se você está tendo problemas para ter uma boa noite de sono, renovar sua rotina de exercícios pode ajudá-lo a dormir melhor.

Portanto, não há dúvidas de que os benefícios cognitivos e afetivos relacionados à prática regular de atividades físicas superam em muito possíveis riscos e desvantagens. Resta ao praticante buscar uma orientação médica prévia e, se possível, ser acompanhado regularmente por um educador físico.

Referências e Leitura Complementar:
  1. Vivar, C., Peterson, B., Pinto, A., Janke, E., & van Praag, H. (2023). Running throughout middle-age keeps old adult-born neurons wired. Eneuro, 10(5). ➞ Ler Artigo
  2. Griffin, É. W., Mullally, S., Foley, C., Warmington, S. A., O’Mara, S. M., & Kelly, Á. M. (2011). Aerobic exercise improves hippocampal function and increases BDNF in the serum of young adult males. Physiology & Behavior, 104(5), 934-941. ➞ Ler Artigo
  3. Wrann, C. D., White, J. P., Salogiannnis, J., Laznik-Bogoslavski, D., Wu, J., Ma, D., … & Spiegelman, B. M. (2013). Exercise induces hippocampal BDNF through a PGC-1α/FNDC5 pathway. Cell Metabolism, 18(5), 649-659. ➞ Ler Artigo
  4. Frimpong, E., Mograss, M., Zvionow, T., & Dang-Vu, T. T. (2021). The effects of evening high-intensity exercise on sleep in healthy adults: A systematic review and meta-analysis. Sleep Medicine Reviews, 60, 101535. ➞ Ler Artigo
  5. Pearce, M., Garcia, L., Abbas, A., Strain, T., Schuch, F. B., Golubic, R., … & Woodcock, J. (2022). Association between physical activity and risk of depression: a systematic review and meta-analysis. JAMA Psychiatry. ➞ Ler Artigo
  6. Rethorst, C. D., Wipfli, B. M., & Landers, D. M. (2009). The antidepressive effects of exercise: a meta-analysis of randomized trials. Sports Medicine, 39, 491-511. ➞ Ler Artigo
  7. Lesnak, J. B., & Sluka, K. A. (2020). Mechanism of exercise-induced analgesia: what we can learn from physically active animals. Pain Reports, 5(5). ➞ Ler Artigo
  8. Jurado‐Fasoli, L., De‐la‐O, A., Molina‐Hidalgo, C., Migueles, J. H., Castillo, M. J., & Amaro‐Gahete, F. J. (2020). Exercise training improves sleep quality: A randomized controlled trial. European Journal of Clinical Investigation, 50(3), e13202. ➞ Ler Artigo
  9. Gabriel, B. M., & Zierath, J. R. (2019). Circadian rhythms and exercise—re-setting the clock in metabolic disease. Nature Reviews Endocrinology, 15(4), 197-206. ➞ Ler Artigo
  10. U.S. Department of Health and Human Services. Physical Activity Guidelines for Americans, 2nd edition. Washington, DC: U.S. Department of Health and Human Services; 2018. ➞ Ler Artigo

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