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Coincidência ou neuroanatomia antiga?

Leonardo Faria por Leonardo Faria
30/04/2024
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O Olho de Hórus, também conhecido como udyat, é um símbolo antigo que significa poder e proteção. Um dos amuletos mais importantes no Antigo Egito, representava força, vigor, segurança e saúde. Ainda hoje, seu simbolismo o faz ser utilizado contra a inveja e o mau-olhado, uma forma de proteção, e por isso é bastante empregado como tatuagem.
olho-de-horus
Recentemente, vi uma postagem na internet que chamava a atenção para uma semelhança curiosa entre o Olho de Hórus e uma visão medial de um encéfalo seccionado em plano sagital (como mostra a figura acima). Apenas coincidência? Ou os egípcios detinham um conhecimento neuroanatômico muito além do que poderíamos imaginar? Deixo para vocês leitores, míticos ou não, opinarem a respeito.

Anatomia no Egito Antigo

O Egito e os Primeiros Registros do Cérebro e a Importância do Coração
Se podemos apenas inferir que importância o homem primitivo dava ao cérebro humano através da análise de seus crânios, com o surgimento da escrita essas inferências se tornam muito mais precisas. O registro escrito mais antigo referente à palavra “cérebro” encontra-se em um papiro egípcio médico, datado em 1700 a.C., mas que aparentemente é uma cópia de outro texto, relacionado a um período muito anterior, provavelmente de cerca de 3000-2500 a.C. (Finger, 2000; Gross, 1998). Embora não se conheça com certeza o autor desse texto mais antigo, atribui-se sua autoria ao médico egípcio Imhotep, que provavelmente viveu na III Dinastia do Império Antigo (referente ao período de 2690 e 2670 a.C.), servindo ao Faraó Zoser. Em sua homenagem, foram erguidos templos em Mênfis e em outras localidades, onde os enfermos podiam rezar e receber tratamento médico. Além de médico, Imhotep foi arquiteto, sacerdote e astrônomo. Sua reputação era tão grande entre os egípcios que foi deificado, considerado patrono da escrita, do conhecimento em geral e da medicina. Posteriormente, foi reconhecido pelos gregos como o deus Asclépio (El Gindi, 2002; Feldman & Goodrich, 1999; Finger, 2000; Krivoy, Krivoy, & Krivoy, 2002; Martín-Araguz, Bustamante-Martínez, Emam-Mansour, & Moreno-Martínez, 2002; Puigbó, 2002).
O papiro, datado em 1700 a.C., foi descoberto em 1862, mas permaneceu inédito até 1930, quando o egiptólogo James Breasted publicou uma extensa tradução comentada de seu conteúdo. Atualmente, esse papiro é conhecido como “Papiro cirúrgico de Edwin Smith”. Medindo cerca de 4,5 m de largura e 33 cm de altura, esse papiro é composto por 48 casos clínicos, descritos sistematicamente, iniciando pela cabeça e descendo pelo tórax e pela espinha, onde o documento é interrompido. Cada caso apresenta um título, descrição clínica do caso, diagnóstico e um glossário que busca esclarecer os termos técnicos. Além disso, cada caso é classificado de acordo com uma escala de severidade de três pontos: “um mal que irei tratar”; “um mal que irei combater”; e “um mal que não deve ser tratado” (Feldman & Goodrich, 1999; Finger, 2000; Krivoy et al., 2002; Puigbó, 2002; Wilkins, 1964).
Entre os 48 casos descritos, 27 estão relacionados com algum traumatismo direto à cabeça. Apenas 13 deles apresentam uma real evidência de dano cerebral, com anormalidades neurológicas e fraturas cranianas. Além disso, são encontradas no papiro referências diretas ao cérebro, citado sete vezes ao todo, assim como às meninges e ao líquido cefalorraquidiano, além de uma descrição dos giros corticais como “enrugamentos formados como cobre derretido” (Finger, 2000; Martín-Araguz et al., 2002; Wilkins, 1964).
A descrição de casos de lesões na cabeça indica que os antigos egípcios já reconheciam que danos no sistema nervoso central poderiam ter efeitos em áreas distantes do ferimento (Finger, 2000). Entretanto, consideravam o coração, e não o cérebro, como o centro do corpo e a sede da alma/mente. A alma, denominada “ba”, era considerada como uma entidade invisível e imortal que seria julgada após a morte do corpo pelos seus atos durante a vida. De acordo com essa cultura, o coração seria capaz de armazenar todas as informações e experiências que uma pessoa teria adquirido em toda a vida. Na morte, o coração seria pesado contra uma pluma e, conforme seu peso, a pessoa seria julgada culpada ou inocente (Boisaudin, 1988; Finger, 1994, 2000).
A Figura 2 apresenta uma ilustração de um morto sendo trazido por Anúbis, deus da mumificação, para a pesagem de seu coração. Durante a cerimônia, decidia-se se o morto seria mandado para o paraíso ou serviria de alimento para a figura mitológica, semelhante a um crocodilo, chamada de Devorador de Almas. Na imagem, ao lado direito do Devorador, encontra-se Thot, deus da Sabedoria. À sua direita, está Hórus, deus do Céu. Sentado à direita, Osíris, deus do Mundo Subterrâneo. Essa imagem é conhecida como “O Julgamento Perante Osíris”, do “Livro dos Mortos” (1285 a.C.).

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