Em uma determinada época, livros específicos (como o Maleficarium e o Martelo das Bruxas) definiam os sinais que identificavam um bruxo. E sim, boa parte desses “sinais” eram sintomas psiquiátricos. Conheça a história da saúde mental.
Saúde Mental é igual em todos os lugares? Nenhuma parte da Medicina é. Era de se esperar, então, que cada cultura em cada período de tempo lidasse diferentemente com seus pensamentos, vontades, rebeldias e “loucuras”. Ao contrário do que se imagina, a preocupação com saúde mental não é algo moderno. Os humanos sempre se preocuparam em explicar e entender os perigos que rondavam o mundo ao redor e, também, o “mundo” interior. O tratamento das afecções mentais segue a mesma história. E ela começa mais cedo do que você imagina! Confira como algumas culturas lidavam com a saúde e o transtorno mental em épocas passadas:
Sociedades tribais (100.000 anos atrás)
Sim, pessoas dessa época já se preocupavam com a saúde mental. Bom, talvez não como nós estamos acostumados a vê-la. Nessa época, os nossos antepassados tinham uma visão animalista do mundo, em que ele seria regido por forças invisíveis e impossíveis de ser controladas. Basicamente, existia uma conexão muito profunda com a natureza e não se considerava que havia uma divisão entre mente e corpo. Como resultado, os tratamentos para as afecções mentais da época eram um tanto interessantes: amuletos de ossos de animais, ervas, banhos de água fria, passar lama quente na cabeça e até sugar veneno de cobra.
Grécia na Antiguidade
Como já sabemos, a Grécia era um terreno fértil para a Filosofia. Claramente, isso permitiu que inúmeras hipóteses sobre o que eram os transtornos mentais e como tratá-los surgissem ao longo do tempo. Inicialmente, acreditava-se que as afecções mentais viriam de seres sobrenaturais (em especial, dos deuses), sendo o único tratamento real a oração mediada pelos líderes religiosos (que atuavam mais como guias na busca da própria cura que como curandeiros). Em alguns casos, os sintomas mentais eram até mesmo considerados dádivas das divindades (como, por exemplo, as auras e convulsões da epilepsia).
A partir disso, a filosofia grega, com suas várias faces e estudos, começou a buscar explicações mais racionais para o processo. Começaram a ser propostas explicações orgânicas (inclusive, neurológicas). Quer um exemplo curioso? Acreditava-se que a histeria (conjunto de sintomas neurológicos desencadeados por emoções fortes) era resultado do deslocamento do útero, que ficava solto no corpo da mulher e desencadeava seus sintomas.
Muitos desses estudos geraram classificações de transtornos muito semelhantes às atuais. Hipócrates, inclusive, já sugeria vários tratamentos não farmacológicos para a saúde mental: desde música e sono adequado até exercício físico e massagens.
Support authors and subscribe to content
This is premium stuff. Subscribe to read the entire article.