Não é necessário nenhum esforço extra para encontrar por aí alguma reflexão sobre o comportamento das pessoas.
Correndo os olhos pela timeline do Facebook ou visitando o Instagram de gente famosa, já é possível ler alguma citação ou frase apontando um possível caminho para o sucesso. Tudo bem generalizado, é claro.
Mas vamos lá! Sucesso… você sabe definir o que ele é? Se alguém repentinamente lhe perguntar ‘você se considera uma pessoa bem sucedida?’, como reagiria? Horas depois, sozinho e pressionado por seus pensamentos mais íntimos, você ponderaria sobre a sua resposta? Conseguiria mantê-la?
É bem possível que, se você se fizer a mesma pergunta duas vezes em um intervalo de poucos dias, outra resposta poderá ocorrer. De certa forma, eu precisava de algo mais concreto sobre esse assunto, onde pudesse me “apoiar”. Existe algo mais palpável capaz de confirmar que sou de fato mais bem sucedido hoje do que há um ano? Ou será que estou fracassando? O que falta então para eu poder dizer, lá na intimidade do meu ser, ‘eu sou uma pessoa bem sucedida’?
Há cerca de uma semana, enquanto lia um livro justamente sobre sucesso (a verdade é que ainda não o terminei), me deparei com uma frase do autor, para a qual ele solicitava uma interpretação mais apurada por parte dos leitores. A sentença era a seguinte: o dinheiro é a medida do seu sucesso. Foi então que, levado a uma reflexão mais profunda sobre o assunto, e bem mais produtiva, resolvi agora compartilhá-la com você.
O dinheiro é a medida do meu sucesso?
A pergunta me deixou estático. Eu não podia seguir na leitura do livro sem antes encontrar uma resposta objetiva para ela. Antes disso, um detalhe me chamou a atenção. O autor foi bastante claro: medida. Ele voluntariamente não usou termos como receita, caminho, comportamento ou definição. Pelo contrário. Já antecipando que o sucesso fosse algo tão subjetivo e difícil de mensurar, tratou de abordar o assunto da forma mais prática possível. Você é capaz de medir o seu sucesso? Em outras palavras, se você é capaz de fazê-lo, isso já não implica, ao menos em parte, que você é bem sucedido?
Pensei comigo: se for capaz de identificar algo que seja a minha medida para o sucesso, poderei sintonizar todos os segmentos da minha vida ao redor desse algo e, assim, o sucesso se tornará, para mim, algo prático e palpável.
Comecei pela própria frase apresentada pelo autor e logo identifiquei que dinheiro não era. Como tinha tanta certeza disso?
Simples: eu tinha mais dinheiro e patrimônio que antes e, proporcionalmente, era de se esperar que eu me considerasse mais bem sucedido. O que não se mostrou verdadeiro. Eu me imaginava com mais e mais dinheiro e sabia que me sentiria sim um pouco mais realizado, mas ainda não era o bastante. Algumas peças não se encaixavam. E foi então que aprofundei a minha reflexão sobre elas.
A saúde é a medida do meu sucesso?
As minhas funções orgânicas estão ok. As minhas condições físicas não me impedem de alcançar os meus objetivos pessoais. Há uma certa sintonia entre o que eu quero fazer e o que eu posso fazer. Pratico atividade física com regularidade. A minha alimentação é, hoje, mais equilibrada.
Mais importante do que essa análise preliminar sobre a minha saúde, eu pude perceber que a busca pela saúde acima de todas as outras coisas poderia interferir drasticamente nas minhas finanças. Além disso, a falta de dinheiro poderia, em algumas circunstâncias, impedir que eu conquistasse uma boa saúde. Percebe? A saúde e o dinheiro são coisas isoladamente importantes, mas que podem exercer pressões negativas entre si?
Por outro lado, boa saúde e uma boa quantidade de dinheiro não pareciam garantir o meu sucesso. Muito vago. Eu precisava manter os mesmos cuidados ou era preciso ainda tomar outras atitudes a respeito do meu organismo? Cuidar da saúde é bem diferente de evitar doenças. E viver evitando doenças parecia um martírio para mim.
E dinheiro? 100 mil reais? 500? 1 milhão? 2 milhões? 50 milhões? Eu não sabia dizer o quanto era preciso…
A felicidade é a medida do meu sucesso?
Gozava de boa saúde. Não me faltava dinheiro. Eu me considerava feliz. Eu me considerava bem sucedido? Ainda não. Você deve estar se perguntando que raios de reflexão é essa que não chega a lugar nenhum e nega tudo. Deixe-me explicar…
Estamos falando sobre uma medida para o sucesso. Como vimos, a oscilação da saúde não era um fator determinante para o meu sucesso, apesar de importante. Assim como o dinheiro. Ele também era importante, mas não determinante. Com a felicidade a mesma coisa.
O estado mental de realização, euforia e prazer não poderia, ou melhor, não deveria ser uma medida para o meu sucesso; apesar disso eu reconhecia que a felicidade fazia parte da “imagem do sucesso” em minha mente. Veja bem: eu posso estar muito feliz, mas sem nenhuma quantia de dinheiro nas mãos; e eu posso estar feliz, mas às custas de bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias capazes de me tornar dependente. Perceba que ao utilizar unicamente o critério felicidade como a única e mais importante medida para o meu sucesso, eu poderia colocar em risco a minha saúde e a minha liberdade…
Liberdade…
Foi assim que eu percebi qual era a medida do meu sucesso. Algo que eu pudesse analisar isoladamente e, ainda assim, me proporcionar uma boa argumentação para dizer: ‘eu me considero uma pessoa bem sucedida’. Posso afirmar sem medo de errar que a minha “taxa” de sucesso hoje é maior do que há alguns anos. Sabe por quê? Eu me sinto mais livre.
A minha busca pela realização pessoal agora se traduz em uma reflexão sobre liberdade. É claro que não para por aí. Mas definitivamente tudo ficou mais simples. De agora em diante eu pautarei as minhas ações e decisões por ela. Pela liberdade.
Será que devo trocar de emprego? O salário é maior e vai me proporcionar mais liberdade, mas às custas de minha saúde. Hum… sem saúde, não há liberdade.
Recebi um convite para uma festa entre amigos, regada a muita cerveja e churrasco. Por que moderar se vou desfrutar altos graus de felicidade? Por que pode custar grandes fatias da minha liberdade. Moderar nesse caso significa manter boas condições de raciocínio e tomar decisões mais acertadas e livres. Manter-se consciente.
Para mim, ações pró-saúde, pró-dinheiro e pró-felicidade não devem interferir na liberdade. Nesse sentido, a naturalidade pode ajudar muito. Cortar os excessos. Até o “excesso de liberdade” em minhas ações pode repercutir negativamente aos olhos da sociedade a ponto de eu vir a sofrer punições, colocando em risco o meu direito de ir vir.
E por aí vai…
Esta é a minha medida para o sucesso
Eu expus aqui, passo a passo, como foi que cheguei até ela. Após algumas reflexões, eu entendi que, ao definir o quão livre eu era, eu saberia dizer às pessoas e a mim mesmo o quanto eu era bem sucedido. Repare que esse é o meu processo, é o meu raciocínio. Para mim, está mais do que claro. Mas devo alertar que todos devem buscar individualmente as suas peças, e ir montando o quebra-cabeças. Entender as suas crenças pessoais para então alcançar um resultado.
Em matéria de personalidade, não há consenso. O que há é muita reflexão e autoconhecimento. Afrouxe os nós do seu cérebro e pense. Pense com sinceridade. Quem sabe você não define ainda hoje a medida para o seu sucesso…