Segundo o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), a base do neurocoaching é a neurociência. Neurocientistas, de acordo com a Sociedade para a Neurociência, estudam o cérebro e o sistema nervoso, buscando entender os comandos cerebrais em suas diversas funções.
Pesquisadores do cérebro buscam entender, por exemplo, como os circuitos neurais nos permitem falar, por que nos relacionamos, como pensamos e nos lembramos, entre outros aspectos do funcionamento do sistema nervoso. Em relação ao sistema nervoso central, cabe estudos relacionados à estrutura, maneira pela qual se desenvolve, aspectos fisiológicos e mudanças ao longo da vida. A união destes conhecimentos às técnicas de coaching resultaria no chamado neurocoaching.
A base do neurocoaching é a neurociência.O objetivo do neurocoaching, segundo o IBC, é melhorar e condicionar o comportamento individual, com foco na melhoria da performance pessoal e profissional. A ideia é, a partir do entendimento de como nosso cérebro funciona e reage diante de situações, planejar estratégias para o autoconhecimento. Se conhecer seria um importante passo para realizar ações e mudanças positivas, aprimorar habilidades e, quem sabe, buscar desenvolver outras, como controlar ou superar problemas e procurar ter novos hábitos.
Há quem considere que o neurocoaching utiliza também conhecimentos da psicologia de desempenho e neurolinguística. A psicologia do desempenho, por sua vez, seria o estudo científico do pensamento de desempenho. A ideia seria ter como ênfase a neurologia, envolvendo, inclusive, medula espinhal e nervos periféricos. A diferença entre neurocoaching e outras modalidades estaria no fato de que os treinamentos não seriam à base dos chamados “modelos de conteúdo”, como se fossem aconselhamentos sobre o mundo. Em vez disso, a importância central do neurocoaching estaria no uso de processos neurológicos ou de “pensamento corporificado”.
Afinal, o que é coaching?
O coaching seria um processo, uma metodologia, um conjunto de competências e habilidades que podem ser usadas para uma pessoa alcançar um objetivo na vida pessoal ou profissional mais rapidamente. A palavra “coach” é antiga e veio da língua francesa: significa um veículo para transportar pessoas de um lugar até outro. Em uma pesquisa rápida pelo Google, encontramos muitas variedades de coaching, como coaching de carreira, de negócios, de saúde e até mesmo de vida. O coaching também pode representar o investimento de uma empresa em seus funcionários, no que diz respeito ao desenvolvimento, capacitação e aprimoramento de habilidades.
O processo de coaching é feito por meio de sessões, sejam individuais ou em equipe. Serão usadas ferramentas, técnicas e metodologias, geralmente por meio de perguntas, que estimulam a pessoa a encontrar caminhos para chegar aos objetivos. A ideia é fazer com que a pessoa que passa pelo processo de coaching se sinta capaz de “chegar lá” e fique inspirada para correr atrás da própria meta.
Neurocoaching é recente
A neurociência é entendida como o campo da ciência que estuda o sistema nervoso e analisa, portanto, encéfalo (especialmente o cérebro), medula espinhal e nervos periféricos. A partir dos estudos da neurociência, é possível compreender e identificar o que define os nossos comportamentos, e a relação deles com as emoções e pensamentos.
Nas últimas décadas, vêm surgindo muitas disciplinas de aplicações diferentes dentro do “universo neuro”. Alguns exemplos são:
- Neuroliderança: como a neurociência pode orientar em questões de liderança, recursos humanos (RH), treinamento/ensino;
- Neurolinguística: entender como aprendemos e utilizamos a linguagem, e como as crenças são formadas;
- Neuroeconomia: compreender o processo de tomada de decisão dos indivíduos para melhor prever o comportamento econômico;
- Neuromarketing: estudar a essência do comportamento do consumidor e suas reações neurológicas, seus desejos, impulsos e motivações de compra.
Segundo Robert Holmes, jornalista e autor de seis livros sobre liderança e coaching, o próprio neurocoaching faz parte desta lista.
Neuroplasticidade é a chave
Para um treinador (ou neurocoach, no caso), é fundamental compreender a neuroplasticidade, ou seja, a ideia de que a maneira como pensamos e agimos pode alterar fisicamente o cérebro em nível neural e reverter aprendizados ou danos anteriores.
Nesse sentido, atuaria o neurocoaching: na possibilidade de mudanças de atitudes tidas como necessárias para se alcançar objetivos. Em essência, o coaching acredita na capacidade de uma pessoa examinar suas crenças a fim de modificá-las. Desse modo, seu comportamento e experiência de mundo também mudam. Por fim, obtém-se os resultados realmente desejados.
Nos últimos anos, vários artigos neurocientíficos estão provando isso através da neuroplasticidade, explica Holmes.
O insight
Segundo artigo publicado pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), o neurocoaching pode aprimorar habilidades já existentes e até criar outras, por meio de estímulos. O resultado seria a criação de novas conexões neurais que têm capacidade de melhorar o desempenho de uma pessoa.
No texto publicado na revista de Iniciação Científica, que cita diversos autores da área, também existe uma explicação sobre como o neurocoaching estimula os insights: prática de pensar diferente e propor soluções que realmente podem dar certo. Quando alguém tem um insight, “ocorre uma descarga de dopamina, que gera a sensação de prazer e estimula a vontade de mudar de atitude. A partir dessa reação, são estabelecidas novas crenças, decisões e emoções”, segundo o artigo.
O que você acha da proposta do neurocoaching? Conte pra gente nos comentários.
Essa moda de neuro”tudo”. É só mais um embuste disfarçado de ciência. Quando entra a palavra “coaching” então… Meus GABAs junto com as minhas adrenalinas fazem uma roda de show punk. É só mais uma maneira de se misturar autoajuda e ganhar dinheiro. Estou até pensando em ser coaching neuroquântico… Ah! Aí dá milhão, hein!?