Achou o título estranho? É porque não paramos para reparar, mas, por mais que ainda usemos o termo “ficção científica”, nós já vivemos dentro dela… Ou viveremos muito em breve. E não estamos falando aqui apenas de carros levitantes, mochilas a jato ou viagens no tempo, mas de mudanças na condição humana em si. Aqui entra o conceito de Melhoramento Humano, definido por Nick Bostrom, filósofo e neurocientista da Universidade de Oxford, como:
O uso da razão, através de tecnologias, para melhorar fundamentalmente a condição humana, aumentando a longevidade e aumentando as capacidades físicas, intelectuais e psicológicas, além da simples ‘cura’. (Bostrom, 2012)
De forma simples, seria o uso da tecnologia para dar aos humanos capacidades super-humanas. Consequentemente, o uso de ferramentas altamente tecnológicas não entraria no conceito. Da mesma forma, não entraria nisso o uso, por exemplo, de próteses para recuperação da memória em pacientes traumatizados (como citamos aqui em outro artigo). Apesar de isso envolver muita tecnologia, o aparelho não deixaria a pessoa com memória sobre-humana, apenas teria um efeito terapêutico.
Já o uso de drogas que melhoram a atenção (por pessoas saudáveis e que não necessitariam delas) já poderia ser considerado Melhoramento Humano. Parece familiar? É porque muitas pessoas já fazem isso com o metilfenidato (Ritalina®), medicação originalmente designada para o tratamento do TDAH.
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