Os cérebros de pessoas com epilepsia parecem reagir à música de forma diferente dos cérebros de pessoas que não têm a doença, segundo uma pesquisa apresentada na 123ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia.
Os cérebros de pessoas com epilepsia parecem reagir à música de forma diferente dos cérebros de pessoas que não têm a doença. Segundo a pesquisa apresentada na 123ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia, a descoberta pode levar a novas terapias para prevenir convulsões.
Aproximadamente, 80% dos casos de epilepsia envolvem disfunções do lobo temporal – a chamada epilepsia do lobo temporal. Neste caso, as convulsões se originam de uma atividade elétrica anormal nesta região do cérebro, relacionada também à percepção sonora e musical. Em função disso, o professor Christine Charyton queria estudar o efeito da música sobre o cérebro de pessoas com epilepsia.
Como foi feito?
Charyton e seus colegas compararam as habilidades de processamento musicais dos cérebros de pessoas com e sem epilepsia, utilizando um eletroencefalograma, onde eletrodos são ligados ao couro cabeludo para detectar e registar padrões de atividade elétrica cerebral. Eles coletaram dados de 21 pacientes que estavam na unidade de monitoramento da epilepsia no Centro Médico Wexner, na Universidade do Estado de Ohio, entre setembro de 2012 e maio 2014.
E os resultados?
Os pesquisadores encontraram níveis significativamente mais altos de atividade cerebral nos participantes quando eles estavam ouvindo música. Além disso, a atividade das ondas cerebrais em pessoas com epilepsia tende a sincronizar mais com a música, especialmente no lobo temporal, quando comparada às pessoas sem epilepsia.
Surpreso com os resultados, Charyton disse: “trabalhamos com a hipótese de que a música seria processada no cérebro de forma diferente do que o silêncio. Nós só não sabíamos se isso seria igual ou diferente para as pessoas com epilepsia.”
Apesar de não acreditar que a música venha a substituir a terapia antiepiléptica atual, para Charyton, a pesquisa sugere que a música pode ser uma boa alternativa terapêutica para ser utilizada em conjunto com o tratamento tradicional.
Via Science Daily.