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A solução para a injustiça tem nome: três pontinhos

por Leonardo Faria
20 de março, 2015.
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neurociência justiça

Esta é uma fotografia famosa e premiada de uma refugiada do Afeganistão. A sensação de vigilância que a mesma nos transmite, a partir dos olhos "fitados", surpreende.

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Três pontos parecem ativar a área do giro fusiforme em nossos cérebros. Essa estrutura cerebral está envolvida com o processamento cognitivo da atenção e reconhecimento de faces. Ao reconhecer uma face, o sujeito se sente vigiado e passa a ser mais generoso, menos injusto e mais preocupado com a valorização do outro.

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O esmero e a consciência sobre o que é justo ou injusto não resguarda o sujeito dos tribunais e da análise social. Nossas relações sociais são preenchidas por tomadas de decisão justas e injustas, dependendo mais do papel que o ator executa ou de que lado do palco ele escolhe ficar.

sociedade justa neurociências
Parece complexo, difícil, distante, mas talvez não seja. Três pontinhos, literalmente falando, podem coibir ações injustas tomadas sob o escrutínio. Injustiça é o contrário do que é justo. Não há uma única definição para justiça, mas partimos do pressuposto que a definição seja a seguinte: quando a vontade de um (ou mais) sujeito(s) é mais valorizada que o direito do outro. Nesse espectro, cada um pode fazer uma reflexão sobre o universo de exemplos pessoais, globais, de caráter psicológico ou material a serem citados. Para fugir de anacronismos, entendo que cada um sabe das injustiças às quais é submetido e às quais submete também.
O esmero e a consciência sobre o que é justo ou injusto não resguarda o sujeito dos tribunais e da análise social. Nossas relações sociais são preenchidas por tomadas de decisão justas e injustas, dependendo mais do papel que o ator executa ou de que lado do palco ele escolhe ficar. O roteiro da peça teatral que vivemos foi forjado por um processo lento e altamente interativo, afetando o que somos e como lidamos com as injustiças cotidianas do nosso mundo. Não somos produtos de julgamentos escusos, mas de finas estratégias alinhadas que nos permitiram sobreviver e se reproduzir.

Os três pontinhos

Como primatas, temos um cérebro grande e especializado para conviver em grupos sociais e cenários tanto justos quanto injustos. Nos últimos anos, a neurociência e a psicologia cognitiva tem aberto um diálogo entre o que somos e o que podemos ser, mostrando que mecanismos psicológicos próprios da nossa mente podem ser modulados por estímulos sutis e simples, tais como três pontinhos.
Cientistas da universidade de Hokkaido, no Japão, realizaram um experimento com computadores. Os indivíduos tiveram que dividir uma certa quantia de recurso com outro de forma totalmente arbitrária. Era informado que o receptor do recurso receberia passivamente a oferta, independentemente do valor. Em um grupo, os indivíduos tomavam a decisão em um computador cujo papel de parede estampava olhos estilizados voltados para o mesmo e, em outro grupo, os participantes decidiam em um computador com o mesmo papel de parede, mas sem os olhos. Foi verificado que os sujeitos eram mais generosos quando tomavam a decisão no computador com os olhos estampados, isto é, doavam uma quantia de recurso diante de uma imagem com olhos voltados para si.

neurociência justiça
Esta é parte de uma fotografia famosa e premiada de uma refugiada do Afeganistão. A sensação de vigilância que a mesma nos transmite, a partir dos olhos “fitados”, surpreende.

O experimento feito por Rigdon e colaboradores mostra o poder de pistas mais sutis como os três pontinhos. Esses cientistas realizaram praticamente o mesmo procedimento que o experimento relatado anteriormente. Também foi solicitado para os participantes fazerem a divisão, da forma como quisessem, de uma certa quantidade de recursos. Os cientistas entregaram para o sujeito, no momento de sua tomada de decisão, um cartão com três pontos – dispostos como uma face (figura 2a). Em outra condição, os participantes viam o mesmo estímulo, no entanto, rotacionado 180º (Figura 2b). Observou-se que os participantes alocaram mais recursos para os receptores quando eram submetidos à condição de pontos distribuídos como se fosse uma face.
Figura 2. a. Pontos dispostos como uma face (condição de vigilância). b. Pontos rotacionados 180º (condição neutra). Adaptado de Rigdon et. al (2009).

Ao reconhecer uma face, o sujeito se sente vigiado e passa a ser mais generoso, menos injusto e mais preocupado com a valorização do outro.

Os três pontos parecem ativar a área do giro fusiforme dos nossos cérebros. Essa estrutura cerebral está envolvida com o processamento da função cognitiva da atenção e o reconhecimento de faces. Ao reconhecer uma face, o sujeito se sente vigiado e passa a ser mais generoso, menos injusto e mais preocupado com a valorização do outro. O curioso é que três pontinhos dispostos em formato de face também tem esse poder sobre um comportamento tão complexo; parece um processo similar a nossa capacidade de ver rostos onde simplesmente não existem: nuvens e texturas de diversos materiais.
Os valores substanciais dessas pesquisas denotam a importância da justiça ser mantida pela vigília constante. A vigília aqui não deve ser entendida como invasão de privacidade, longe disso. A coalescência de uma sociedade mais justa depende do interesse de seus integrantes. A maior participação das pessoas na política, por exemplo, é imprescindível para coibir atos ilícitos. Se clamamos por um mundo mais justo, a gestão compartilhada, a transparência, a democratização da informação produzida e compartilhada, e a participação social nas decisões sobre o que somente alguns podem decidir parecem ser diretrizes que merecem ser seguidas.
Referência: JournalOfEconomicPsychology

Tags: injustiçavigilância
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Leonardo Faria

Leonardo Faria

Neurocirurgião (UFU) com Título de Especialista pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). CEO da Neurocirurgiões do Triângulo. Criador do Meu Cérebro e CEO da My Brain University, primeira universidade inteiramente digital sobre o cérebro. Pós-graduado em Neurociências e Comportamento (PUCRS). Empreendedor digital certificado pela Singularity University com imersão no Vale do Silício (EUA). Idealizador do Congresso Online Meu Cérebro (COMECE), maior evento inteiramente online sobre cérebro e neurociências já realizado no Brasil de forma interdisciplinar. Autor de e-books e palestrante. Mentor na My Brain University®.

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