A representação semântica dos grupos sociais envolve áreas do cérebro associadas ao processamento emocional. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista Cortex.
Políticos, crianças, professores, europeus… o que eles têm em comum? Simples: todos constituem grupos sociais, uma categoria semântica especial no cérebro humano estreitamente ligada às emoções.
Até recentemente, a maioria dos cientistas acreditavam que a representação do conhecimento no cérebro era baseada em apenas dois sistemas distintos: um envolvido na representação de objetos animados (ou, em geral, qualquer coisa orgânica), e outro para representar objetos inanimados (artefatos). Nos últimos anos, no entanto, uma terceira categoria tem sido proposta: grupos sociais. “Para os humanos, o conhecimento de membros da mesma espécie é vital”, explica Piretti, um dos autores do estudo.
O método da pesquisa
Piretti e seus colegas avaliaram pacientes com lesões cerebrais causadas por tumores. Eles responderam a uma série de testes para identificar déficits cognitivos específicos. A localização precisa da lesão em cada paciente foi determinada por exames de imagem cerebrais. Os pesquisadores, então, foram capazes de associar os déficits cognitivos com determinadas áreas do cérebro.
A descoberta
Os pesquisadores observaram que o déficit na nomeação de grupos sociais estava associado a lesões em uma área normalmente envolvida com o processamento das emoções, ao contrário das outras categorias. Nos humanos, as emoções e as relações sociais estão intimamente ligadas. A amígdala, por exemplo, está ligada à avaliação e percepção sociais, e também está ligada ao preconceito racial; a ínsula, por sua vez, também se envolve na representação dos grupos sociais, estando associada com o sentimento de empatia.
Via Science Daily.