De repente, um sentimento de medo intenso e angústia toma conta. Você começa a suar, fica difícil respirar com a sensação de falta de ar e parece que o coração vai saltar do peito, por conta do batimento acelerado. Tontura e calafrios ou ondas de calor passam pelo corpo. Parece que algo ruim vai acontecer. Essa é a sensação de um ataque de pânico. Talvez ele não venha com todos esses sintomas, mas alguns deles.
Se alguém passa por repetidos ataques de pânico sem motivos aparentes e eles acontecem de forma imprevisível, “do nada”, deixando a pessoa com medo de viver isso de novo, a qualquer momento, pode ser indicativo de uma síndrome do pânico (mais recentemente, o termo foi modificado para transtorno do pânico (TP).
Sem tratamento, o transtorno é capaz de prejudicar a qualidade de vida e as relações sociais, além de poder levar a outras doenças, como depressão. Se você suspeita que passa por isso, fique de olho. Abaixo, trazemos algumas informações essenciais.
Sinais e sintomas do transtorno do pânico
Um artigo da revista da Associação Brasileira de Psiquiatria (Revista Debates em Psiquiatria) aponta três fases do transtorno do pânico. É um modelo fenomenológico que, na prática, ajuda a entender o que passa alguém com o transtorno. As três fases são:
1) Ataque de pânico
A fase mais evidente do transtorno de pânico. Costuma durar de 10 a 30 minutos, com uma sensação forte de medo e ansiedade. Começa subitamente e não precisa de um motivo concreto para acontecer. A Associação Americana de Ansiedade e Depressão (ADAA, na sigla em inglês) lista alguns sintomas:
- Palpitações ou aceleração do batimento cardíaco
- Suadouro
- Tremores
- Sensação de falta de ar ou sufocamento
- Dor ou desconforto no peito
- Náuseas ou desconforto abdominal
- Tontura
- Calafrios ou sensações de calor
- Dormência ou sensação de formigamento
- Sentimento de irrealidade ou de ser desligado de si mesmo
- Medo de perder o controle ou enlouquecer
- Medo de morrer
O artigo explica também que há tipos diferentes de ataques de pânico. O mais comum é aquele que, ao que tudo indica, começa sem nada ter provocado. Existe também o situacional: quando a pessoa precisa passar por uma multidão ou encara trânsito, por exemplo, e isso causa o desconforto.
Outras pessoas têm ataques de pânico noturnos: acordam subitamente, com sensação de terror e hipervigilância. Cerca de 40% dos pacientes com transtorno do pânico apresentam ataques de pânico durante o sono, segundo o artigo. Contextos emocionais, como crises na família, também podem provocar.
2) Ansiedade antecipatória
Pessoas com transtorno do pânico passam não só por um ataque de pânico, mas vários. E, no intervalo entre um e outro, ficam com medo de acontecer de novo. A preocupação de reviver a situação alimenta uma ansiedade “constante e difusa”, segundo o artigo.
3) Evitação fóbica
Essa fase não acontece com todo mundo que sofre do transtorno (entre um a dois terços dos pacientes a desenvolvem). O medo de sofrer um novo ataque de pânico faz com que a pessoa não queira ir a lugares onde seria mais difícil pedir ajuda ou escapar.
O ato de evitar locais por medo (de se sentir envergonhado, enlouquecer ou desmaiar, por exemplo) é chamado de agorafobia. Isso pode acontecer com quem apresenta transtorno do pânico (de acordo com o artigo da Revista Debates em Psiquiatria, a agorafobia está presente em um ou dois terços dos pacientes).
Causas do transtorno do pânico
Existem fatores internos e externos que podem provocar o problema, segundo a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie). Os internos envolvem pré-disposição genética, estresse, excesso de autocobrança e desequilíbrio emocional. Os externos podem ser a morte de alguém próximo, traumas (acidente ou assalto, por exemplo), mudanças radicais na vida ou traumas na infância (como abuso sexual).
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), o transtorno do pânico pode acontecer com membros de uma mesma família, mas ainda não se sabe porque em uns e não em outros.
Transtorno do pânico tem cura?
“A cura da síndrome do pânico está na descoberta e na ressignificação de suas causas”. É o que afirma a SBie. Dependendo do caso, é necessário usar medicamentos que agem no sistema nervoso central para equilibrar neurotransmissores e diminuir a ansiedade. Só que isso não é suficiente: remédios aliviam sintomas, mas não tratam as causas que realmente provocaram a doença.
Para tratar o que causou, são indicados tratamentos psicoterapêuticos. Fazer terapia ajuda os pacientes a entenderem os ataques de pânico de maneira racional e a lidar com eles, para melhorar a qualidade de vida e controlar aquela ansiedade antecipatória (o medo de reviver o ataque).
Se você já apresentou ou apresenta sintomas do transtorno do pânico, é importante obter ajuda profissional com algum especialista habilitado a tratar o problema.
Uma forma de previnir e combater a ansiedade e ou depressão, é checarmos se o nosso organismo está em um nivel suficiente de nutrientes benéficos para a funcionabilidade do nosso cérebro como: Oxigênio, magnésio, zinco, complexo de vitamina B, vitamina D3, omega 3 e 5 HTP (5hidroxo triptofano) que ajudam a estimular o neuro transmissor serotonina no nosso organismo,e é claro, uma bom psicologo para implementar a Terapia cognitiva comportamental para a melhoria do paciente.