Apesar do grande esforço e atenção dedicados pelas neurociências, um entendimento definitivo sobre as possíveis causas do autismo ainda não foi alcançado. Por outro lado, estatísticas confiáveis apontam que o transtorno do espectro do autismo em meninos é mais comum. A proporção é de quase 5 meninos afetados para cada menina.
Qual a razão para essa diferença? Seria o autismo um transtorno próprio do cérebro masculino? Haveria alguma influência dos hormônios sexuais? Ou a justificativa se daria por conta de limitações no diagnóstico?
Confira a seguir algumas explicações sobre porque o autismo em meninos é mais comum do que em meninas.
Teoria do cérebro masculino extremo
Existem diferenças comprovadas entre os cérebros masculino e feminino. Em testes de QI padrão, por exemplo, as meninas tendem a pontuar mais em habilidades verbais, enquanto os meninos superam nas habilidades visuoespaciais. Eles também costumam pontuar mais em problemas de análise matemática e analítica.
Levado ao extremo, é claro, a “masculinização” do cérebro se confundiria com as principais características do autismo: deficiência da comunicação verbal e super sistematização. Alguns pesquisadores acreditam de fato nisso: o autismo estaria relacionado a uma expressão exagerada dos aspectos masculinos no cérebro em desenvolvimento que, dependendo da intensidade, poderia resultar no colapso das capacidades sociais.
Duas evidências apoiam a teoria do cérebro masculino extremo: variações na estrutura do córtex cerebral e influência do hormônio sexual testosterona.
Córtex cerebral mais fino
Uma porção do cérebro que varia conforme o sexo é o córtex. Homens possuem, de forma confiável, um córtex cerebral mais fino.
Utilizando a ressonância magnética, neurocientistas na Alemanha estudaram 98 adultos com transtorno do espectro do autismo (49 homens e 49 mulheres), tomando por base um grupo controle neurotípico.
O córtex, que sabidamente já é mais fino nos homens, também se mostrava com a espessura reduzida em todos os adultos com TEA. Tal diferença foi mais perceptível nas mulheres.
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