Uma palavra que virou quase sobrenome de muita gente: estresse. Não é novidade que a vida de hoje é bem agitada. Muitas tarefas, prazos, trânsito, estudos, casa, família, amigos, companheiro(a) e tantos outros desafios “inevitáveis”. Com um mundo de exigências, como não ficar com a mente estressada?
No ambiente de trabalho, por exemplo, algumas pessoas chegam a desenvolver a chamada síndrome de Burnout. Tal síndrome também é conhecida como a doença do esgotamento profissional.
Confira a seguir quais pessoas estariam mais propensas ao estresse, segundo as neurociências.
Estresse em família
Um estudo da Universidade de Calgary sugere que o estresse é “contagioso”. Em outras palavras, conviver com uma pessoa estressada é fator de risco e pode afetar o funcionamento do seu cérebro.
Tem algum “estressado” na família? Entre os amigos? Se você lida com alguém assim no seu dia a dia, todo cuidado é pouco.
Adolescentes bebuns
O uso de drogas lícitas e não lícitas torna o indivíduo mais vulnerável a uma série de patologias, entre elas, o estresse. Uma pesquisa da Universidade de Binghamton sugere que a exposição à bebidas alcoólicas durante a adolescência pode elevar o risco de se desenvolver o estresse crônico. O fenômeno estaria associado a hormônios.
Geralmente, espera-se que o organismo se adapte ao estresse. Em outras palavras, passada a fase aguda da mudança, ou evento estressor, o nível de cortisol tende a diminuir.
Segundo o estudo, adultos homens que beberam regularmente durante a adolescência apresentaram problemas com esse mecanismo de adaptação hormonal. Os níveis de cortisol continuaram elevados mesmo após repetidas situações estressantes. Esses indivíduos não se adaptaram ao estresse como esperado.
Perda do status social
Hierarquia é algo arraigado na sociedade. Há chefes e subordinados em quase todas as relações de trabalho que conhecemos. Pesquisadores da Universidade de Valência, na Espanha, descobriram algo curioso recentemente: indivíduos que perdem o status têm mais chances de desenvolver depressão induzida por estresse do que pessoas em situação de subordinação.
O estudo concluiu que as cobaias dominantes eram, portanto, mais susceptíveis ao estresse. As técnicas de neuroimagem mostraram que a atividade do núcleo accumbens – parte profunda do cérebro ligada à recompensa – se relacionou ao status social e à vulnerabilidade ao estresse.
Outros fatores de vulnerabilidade
O estresse mental, segundo especialista do Meu Cérebro, é um estado de esgotamento intelectual que pode repercutir ainda em outras funções do organismo. Tal esgotamento geralmente tem origem em situações de mudança, perigo ou adaptação, situações que demandam muita atenção e concentração.
Viver sob exigência extrema, rigidez de regras e privação da liberdade física e/ou cognitiva, tudo isso contribui. Ambientes que limitam ou podam a capacidade de comunicação, expressão e raciocínio, quem nunca?
Especificamente, passar por grandes traumas, como a perda de um ente querido. Problemas financeiros, desavenças familiares, apresentar algum distúrbio do sono, como insônia… Ser acometido por doenças crônicas. A lista é extensa.
Viver sem estresse?
O estresse é essencial para a sobrevivência. O que não pode é o excesso. As situações recorrentes e os estímulos estressores constantes prejudicam a capacidade de resposta do nosso cérebro e, a longo prazo, podem causar problemas mais sérios.
Para viver uma vida menos estressante, já adianto: não existem milagres. Sempre batemos na tecla de que a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos são um combo indispensável para a saúde. Cuidar da saúde mental é essencial para saber gerenciar os obstáculos e as mudanças que inevitavelmente ocorrem no decorrer de nossas vidas.